sexta-feira, abril 10, 2009

Feliz Páscoa



Depois de assistir diversos filmes, finalmente tive vontade de escrever aqui outra vez. É muito legal ter tempo e vontade de fazer as coisas. Então, por enquanto, ao menos, estou adorando a Semana Santa. Bem, como comecei assim, acho que vou continuar a fazer Top 5 aleatórios dos últimos filmes que eu vi.

# A Vida num Só Dia (Miss Pettigrew Lives for a Day)

Eu costumo dizer que se um filme tem um bom elenco, já possui uma larga chance de ser bom. Infelizmente, tal máxima não se aplica a esse aqui. Francis McDormand encarna Mrs. Pettigrew, uma governanta inglesa que perde o emprego às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em parte por esperteza, em parte por desespero, Mrs. Pettigrew acaba na casa da dondoca Delysia LaFosse (a "encantada" Amy Adams). E embora as duas levem vidas bem diferentes, vão descobrir que possuem algo em comum: o desejo de não cair na rua da amargura e encontrar o amor verdadeiro. Porém, enquanto a mais velha está sozinha, a mais jovem tem três namorados. O primeiro lhe deu um teto sob o qual morar e um emprego como cantora, o segundo pode torná-la uma estrela de teatro, e o terceiro é apenas um bom pianista. Toda a história se desenrola a partir desse emaranhado amoroso no qual Delysia se meteu e do qual emergirá um parceiro inesperado para Mrs. Pettigrew. O saldo final, todavia, é uma narrativa previsível, e um tanto chata. Frances McDormand e Amy Adams são ótimas atrizes com excelente timing para comédia, mas seus talentos, dessa vez, ficaram menores que o roteiro.

Lee Pace e Amy Adams cantam "If I Didn't Care":




# Maratona do Amor (Run Fatboy Run)

O showbizz não tem facilitado a vida do elenco de Friends desde do fim do programa. Courtney Cox-Arquette, Matthew Perry, Lisa Kudrow e Matt LeBlanc fracassaram em seu retorno à TV. E Jennifer Aniston perdeu marido no divórcio mais comentado da ultima década. David Schwimmer, contudo, deu uma dentro ao dirigir essa simpática comédia romântica.
Maratona abre-se com seu anti-herói, Dennis Doyle, abandonando no altar sua noiva grávida. O que o público descobre depois é que além de um covarde Dennis é um cara bastante azarado, um pai amoroso e um homem cheio de remorso. Quando sua quase esposa encontra em sua antítese um novo noivo, o gordinho Doyle resolve desafiá-lo a correr numa maratona. Embora a narrativa não seja das mais originais ou inteligentes, é difícil resistir ao charme do ator Simon Pegg e a má sorte de Doyle. O resto do elenco também é afinado (com destaque para Dylan Morgan) e direção de Schwimmer simples, porém, precisa.

Simon Pegg e Dylan Morgan:



# Gran Torino


A carreira de Clint Eastwood tem uma trajetória impressionante: de Dirty Harry a respeitável ator e diretor. Com a certeza de que fez por merecer todo o mérito, Eastwood tem se dedicado a dirigir filmes sobre a violência em todas as suas formas e conseqüências. Suas personagens são sempre fortes, melancolicas e acostumadas à solidão. Gran Torino atende a esses dois critérios. Walt Kowalski é um veterano da Guerra da Coréia, cujas convicções racistas, nacionalistas e em certo grau, antiquadas tem o afastado da família e do convívio social. Morando sozinho em um velho subúrbio, Mr. Kowalski vai encontrar sua redenção onde parecia mais impossível: uma família de imigrantes asiáticos que se muda para a casa ao lado. Como sempre, Clint Eastwood dá um banho no papel principal e acerta novamente no elenco e na direção. O filme, porém, não é lá dos melhores. Há aqui, uma vontade de criticar a violência, a guerra, e alguns valores ultrapassados. Eastwood já fez isso em filmes recentes, porém de forma mais velada e sutil. Falta a esse mais recente trabalho, um pouco de leveza e maior fluidez nas falas de suas personagens. Infelizmente, esse parece ser o último filme de Eastwood como ator. É uma pena que assim como não existem mais homens como Kowalski, não existam mais artistas como ele.

Jamie Callum canta 'Gran Torino', escrita por Clint Eastwood:



# Wall-E

Sem dúvidas um dos filmes mais controversos do ano, Wall-E foi amado por muitos e odiado igualmente. O romântico robozinho inspirado em Charles Chaplin é, de fato, uma figura cativante. E sua história tem como mérito seduzir a platéia usando quase inteiramente de linguagem não verbal. As primeiras grandes seqüências do filme se passam num futuro planeta Terra tomado pelo lixo e no qual o solitário Wall-E trabalha compactando a sujeira. Sozinho no meio da sucata, o robô aspira encontar compainha enquanto assiste Alô, Dolly! em seu iPod. Tudo muda, entretanto, com a chegada de Eva, que virá a ser o interesse amoroso do improvável herói. Recebido como uma obra prima para seus maiores entusiastas, o filme é mais uma marca do padrão de qualidade Pixar. E prova que ainda é possível conquistar platéias (até infantis) com simplicidade.

Peter Gabriel canta "Down to Earth", tema da película:




# O Lutador (The Wrestler)


Há poucos anos atrás, Menina de Ouro usou o boxe como metáfora da solidão e sua violência. Através desse esporte, encontram-se os caminhos de uma jovem mulher e um velho treinador cuja relação mimeticamente parental será um alívio para a angústia de ambos. Em O Lutador, porém, são as arenas que ratificam o isolamento de seu protagonista. Randy "The Ram" Robinson é um homem famoso pelas glórias do passado e cuja perspectiva de futuro parece-lhe aterradora. Proibido pelo seu médico de voltar aos ringues, abandonado pela filha e envolvido num complicado caso de amor, Randy, deixar escapar todas as chances que lhe aparecem. E não por má-fé. O que lhe falta é a capacidade de lidar com as lutas cotidianas, as quais não pode ensaiar, como faz antes de suas lutas. Seja pela ótima idéia de escalar Mickey Rourke (um homem cuja trajetória lembra bastante a de sua persona), seja por tornar meiga sua figura em meio a toda violência ensaiada, Darren Aronofsky merece o mérito de ter concebido uma linda obra.

Mikey Rourk (Randy) e Marisa Tomei (Pam):


E se eu tivesse que elencá-los:

1º O Lutador
2º Wall-E
3º Maratona do Amor
4º Gran Torion
5º A Vida num Só Dia

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